Quando impor limites Limita a Educação

Muitas dúvidas aparecem quando nos vemos diante de um Aluno, principalmente daquele Aluno que não corresponde ao Aluno ideal.

Aluno ideal é aquele Aluno comportado, atencioso, que faz tudo o que o Professor propõe e do jeito que o Professor propõe, que não gera nenhum estresse, que não dá nenhum trabalho, enfim, que corresponde a todas as expectativas do Professor, que por sua vez, se sente muito feliz e realizado!

Esse é um Aluno ideal de um Mundo Ideal, que para nós que vivemos neste Mundo, pertence ao mundo das ideias, da imaginação. No nosso Mundo as coisas não são bem assim, porque não temos nem “Aluno ideal”, nem “Professor ideal”, nem “Sistema Educacional Ideal” e nem “Mundo Ideal”.

No nosso Mundo temos Alunos e Professores que são Indivíduos com Dimensões Coletivas, que são características típicas comuns à humanidade, mas também temos em cada Indivíduo dimensões Singulares, ou seja, Únicas! Que são características encontradas, em todo o Universo, somente e unicamente naquele Indivíduo!!!

E o mais rico e fascinante é que todos esses Indivíduos, com suas dimensões coletivas e singulares, estão o tempo todo mudando, se desenvolvendo, e além do mais, encontramos neste Mundo, Indivíduos nos mais variados “estágios” de desenvolvimento ou maturidade integral.

Então quando temos dois Indivíduos numa relação interpessoal, como no nosso caso, numa relação Professor-Aluno, é impossível não termos algum tipo de “estímulo” para que saiamos da “zona de conforto”, ou seja, daquelas condições que já estamos mais ou menos acostumados, que já conhecemos e sabemos, bem ou mal, lidarmos com ela.

E porque é impossível? Porque estamos nos deparando com aspectos e questões daquele Indivíduo que estamos nos relacionando, o nosso Aluno, que são Únicas e desconhecidas da gente e, que nos empurram para um campo desconhecido, portanto imprevisível, que pode nos gerar muito medo e insegurança, por não sabermos que tipo de “fantasma” aparecerá e como lidar com o novo!

Psicomotricidade

Psicomotricidade

Então por vezes, em vez de aproveitarmos a única e preciosa oportunidade para conhecermos o novo, nos desenvolver e promover o desenvolvimento de nosso Aluno, procuramos enquadrar ou tentar fazer com que o outro Indivíduo, o nosso Aluno, se comporte conforme padrões consolidados que estamos acostumados, ou seja, dentro “Da Minha Zona de Conforto”, “Zona de Controle” ou “Zona de Ilusão”!!!…

Disto advém, dentre outras coisas, a justificativa a nível comportamental ou o “porque” enquadrar comportamentos, como a justificativa para “impor limites”, onde acabamos mais por “limitar à força” e “reprimir” o Desenvolvimento Integral do Indivíduo e gerar muito estresse desnecessário, tanto do aluno como do próprio Professor.

Imagino o pensamento do meu leitor neste momento, pensando assim:

“êpaaaa!!! Espera aí… quer dizer então que devo deixar o meu aluno fazer o que ele quiser???? Aí vai virar bagunça!!! Vou perder a autoridade!!! E isso não posso admitir!!! De jeito nenhum!!!!

Então deixa tentar acalmá-lo. A questão principal é:

“Como lidar com essa situação de forma a tirar dela o maior proveito possível, sem gerar estresse desnecessário, indesejável e inconveniente”

e

“Aproveitar a oportunidade que a vida está oferecendo de Desenvolvimento tanto para o Aluno quanto ao Professor?

Então como sugestão para enxergar as soluções, um bom começo é deslocarmos nossa perspectiva de olhar e, olhar para a mesma situação por outros ângulos.

Em vez de olharmos para o Indivíduo com receio das novidades que ele vai, com certeza, nos apresentar e consequentemente, de antemão, nos posicionarmos a prontidão para nos defendermos do medo do novo, usando as velhas armas do enquadramento e coerção, desenvolvermos o olhar da curiosidade e da observação, visando desenvolver novas formas de avaliarmos as situações e, consequentemente, reagir menos e agir mais, com um NOVO AGIR, é um bom começo!

Como lidar com os alunos é, talvez, muito mais importante do que o que se ensina.

O que ensinamos com o nosso exemplo, como lidamos com as situações, quais as soluções que damos as situações de relações interpessoais e sociais em sala de aula ou no ambiente educacional, como lidamos com as emoções, ou de forma mais genérica, como vivemos, talvez seja o papel mais importante do Professor: Ensinar a viver!

Se os conteúdos escolares forem “usados” como meio para o Desenvolvimento Integral do Aluno, ou como falei aqui, como meio para ensiná-lo a viver e a se desenvolver, então não temos uma coisa mais importante do que outra, pois as “duas” se tornam uma coisa só.

Foi assim que desenvolvi o “Método de Educação Psicomotora Vida Pura”, promovendo o Desenvolvimento Integral do Aluno, sem perder de vista, o meu próprio desenvolvimento. Vivendo e ensinando a viver. Ficando feliz por ver meus alunos se desenvolvendo e me sentido feliz ao constatar os meus próprios avanços.

É assim que todo Educador, e em especial as Professoras e Professores, tem uma grande e preciosa oportunidade de vida nas mãos!!

Viver e ensinar a viver. Contribuir com a felicidade de seus educandos e Ser Feliz!

Por gentileza, deixe seu comentário. A reflexão faz parte importante para digerirmos conscientemente as ideias e integrá-las em nós.

lino

 Prof. Lino Azevedo Júnior

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