Qual a diferença entre Sentimento e Emoção?

Em primeiro lugar, quero enfatizar que, principalmente em nossa cultura ocidental, o pensamento lógico, reflexivo, razão ou ainda o “pensamento dirigido” tem sido privilegiado e recebido à devida ênfase em nossos sistemas de ensino.

Isso implica que, quando pensamos em desenvolvimento de nossos alunos, mesmo que falemos em desenvolvimento integral, acabamos por pensar e agir em termos de desenvolvimento intelectual.

Isso se dá porque essa cultura está devidamente inculcada em nossas mentes, fazendo com que, quando pensamos em desenvolvimento e educação, automaticamente, façamos o nexo com o intelecto, ou seja, “desenvolvimento integral = desenvolvimento do intelecto”.

Desta maneira, o corpo e outras funções psíquicas importantes além do pensamento, como a sensação, a intuição e o sentimento (só para citar as primárias) fiquem de fora das pretensões de desenvolvimento dos sistemas de ensino atuais.

O sentimento é uma função e energia psíquica que complementa o pensamento de maneira mais direta, como um par importante, se assim podemos dizer.

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Daí surge uma questão que se levanta: qual a diferença entre sentimento e emoção?

O sentimento refere-se a um conceito abstrato e a emoção se refere à experiência vivida deste conceito.

O sentimento como conceito, são valores que atribuímos as coisas tendo como princípio o amor e o seu oposto máximo, o ódio, tendo entre um e outro uma série de nuances, como o ciúme, inveja, raiva, medo, tristeza, angustia, alegria, dentre outras.

Como o sentimento é um conceito abstrato, podemos falar sobre raiva, por exemplo, sem sentir raiva. Podemos falar sobre qualquer sentimento sem senti-lo.

Já a emoção é uma experiência vivida daquele sentimento, ou seja, quando sentimos raiva, por exemplo, estamos vivenciando uma emoção, que conceitualmente demos o nome de raiva.

Podemos dizer que um sentimento começa a se tornar uma emoção, quando ele começa a afetar o corpo. Aliás, afeto é um sinônimo de emoção. Dizemos que uma pessoa está afetada quando ela está vivenciando uma emoção, chegando até a alterar seu corpo e comportamento.

O corpo é afetado em seus sistemas hormonais, circulação sanguínea e nervoso, refletindo, por exemplo, na contração muscular. Músculos normalmente contraídos, podem ser expressões de tensões emocionais.

Quando os níveis de emoções são muitos intensos, como uma raiva muito grande, por exemplo, a pessoa pode ser possuída pela emoção, tendo comportamentos que não teria normalmente.

Quando somos afetados ou até possuídos por uma emoção, isso significa que o nosso corpo foi alterado e esta alteração permanece por algum tempo, dizem que por uns 3 minutos. Então quando estamos neste estado alterado, dependendo da emoção, se for á raiva, por exemplo, é mais prudente que não tomemos nenhuma decisão nestes 3 minutos, pois a nossa sensatez neste período está subjugada pela raiva. É comum nos arrependermos das decisões que tomamos neste período…rsrsr

Passado este tempo, a emoção pode permanecer, mas aí é porque a estamos alimentando, prolongando este período. Emoções negativas por tempos prolongados podem refletir em doenças mentais e psicomossomáticas ou em comportamentos inadequados a um bom relacionamento social.

Mas a boa notícia é que tudo isso é valido para as emoções positivas também, ou seja, aquelas mais próximas do amor pleno, “somente” com uma diferença, os efeitos no corpo e no indivíduo como um todo são benéficos e promovem a saúde e o desenvolvimento integral do indivíduo!

lino

 Prof. Lino Azevedo Júnior

3 Comentários

  1. solange

    Seus artigos são ótimos. Estou adorando
    Gostaria de mais informações sobre inclusão e psicomotricidade

  2. Cleria

    Muito boa esta leitura sobre sentimentos e emoções. Pois sabemos que pessoas que já passaram por alguma perda, ou trauma, normalmente são mais fragilizadas devido ao forte sentimento de tristeza, saudade ou até mesmo raiva. Acabam tendo a emoção ” a flor da pele”. Nós como educadores precisamos ter paciência e conhecer a história de vida deste aluno, para assim saber lidar melhor, auxiliando para que esta criança consiga controlar melhor suas emoções.

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