Estresse na educação infantil

Quando a criança ingressa na escola infantil, muita coisa muda em sua vida, pois ela passa a enfrentar uma nova situação fora de sua zona de conforto.

Queremos dizer com “zona de conforto” aquela estrutura, sistema de proteção e demais condições que são conhecidas, em que ela de certa forma, já está adaptada.

Quando ela é colocada em uma nova situação, inteiramente nova como a escola, é natural que isso gere certo grau de estresse.

Esse grau é diferente de criança para criança, cabendo aos profissionais da escola e principalmente à professora, promover a adaptação e ensiná-la a enfrentar essa nova situação.

Ensiná-la a enfrentar essa situação implica em ajudá-la a desenvolver estruturas internas (psíquicas) e procedimentos de enfrentamento ao estresse.

Mas como se ensina uma criança pequena a desenvolver “estruturas internas de enfrentamento ao estresse”????

Certamente não é explicando com base em teorias, mas através de seu próprio exemplo!

A criança captará sutilmente a maneira como a professora enfrenta e resolve suas situações de estresse.

Quando a criança reproduzir aquele comportamento da professora, as estruturas internas correspondentes naturalmente vão se desenvolvendo.

Aqui aparece uma questão importante: mas se a professora não conseguir resolver suas situações de estresse de maneira satisfatória?

Vamos imaginar uma situação, onde a professora enfrenta uma situação para ela estressante, provocada por um comportamento de um coleguinha de classe da criança que está observando tudo, bem de perto!

Para a criança que observa, a professora representa a autoridade no assunto: “COMO ENFRENTAR O ESTRESSE”!

Para a criança observadora, que nesta altura do campeonato já estará sentindo em “Si-Mesma” todas as emoções envolvidas no drama observado, aquele modelo de enfrentamento deve ser o mais adequado, já que está sendo colocado em prática por uma autoridade no assunto!

Desta maneira a criança observadora registrará em seu íntimo todo o processo de enfrentamento observado e desenvolverá as devidas estruturas psíquicas para colocá-los em prática quando for o caso, ou seja, em situação similar.

Assim é de suma importância que a professora desenvolva em si, estratégias de enfrentamento ao estresse em que ela consiga obter um resultado satisfatório, pois este modelo será registrado por seus alunos.

Caso a professora tenha dificuldades em obter resultados satisfatórios no seu enfrentamento ao estresse, esse estresse poderá provocar danos à professora e aos seus alunos, que reproduzirão aquele modelo em sua própria sala de aula, podendo tornar a sala de aula em ambiente muito estressante, pois o processo vira uma “bola-de-neve”: o enfrentamento do estresse pela professora gera como resultado mais estresse, cuja estratégia é copiada como modelo pelos alunos, que por sua vez o reproduzem para combater o estresse gerado pelo resultado do primeiro enfrentamento. A professora usa suas mesmas estratégias de enfrentamento que não estão dando certo tentando resolver um estresse maior, que por sua vez, não conseguindo acaba por gerar mais estresse, e assim por diante.

Se isso for se reproduzindo por um longo período podemos chegar a um estado de estresse crônico que pode resultar, tanto para a professora quanto para os alunos em: desinteresse, inquietação, distração, ausência, frustração, raiva, tristeza, preocupação, ansiedade, auto-culpa, vergonha, falta de objetivo e esperança, resignação, depressão!

Por outro lado, se a professora conseguir resultados satisfatórios no enfrentamento ao estresse, também colherá os resultados tanto para ela quanto para seus alunos, como: iniciativa, motivação para o trabalho, persistência, concentração, satisfação, orgulho, vitalidade, entusiasmo, realização, felicidade!

Obs.: O processo de enfrentamento ao estresse, com suas estratégias, é chamado de Coping.

Caso se consiga um resultado positivo, adaptativo, ou ainda, quando se supera a situação estressante de maneira satisfatória, diz-se que a pessoa é Resiliente (de Resiliência);

Caso não se consiga um resultado satisfatório ao enfrentamento ao estresse, diz-se que a pessoa está vulnerável.

Ah… deixe o seu comentário e reflexões abaixo… queremos saber o que vc pensa a respeito deste tema… grato!!!

lino

 Prof. Lino Azevedo Júnior

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