Psicossomatização, o que é?
Psicossomatização é o nome dado ao fenômeno que se caracteriza pelo movimento da energia que vem do interior do Ser Humano em direção à sua periferia e que se manifesta no corpo físico.
Esse termo refere-se então a energia no sentido “psique à soma” (psique → soma), onde “soma” é o mesmo que “corpo” físico ou biológico, e psique pode ser entendida, também, como alma. Comumente o termo alma é mais usado na filosofia e na teologia, enquanto o termo psique é mais usado na comunidade acadêmica.
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Estrutura do Ser Humano
Pois bem, se considerarmos a Totalidade do Ser Humano usando a mandala (círculo com um centro) como símbolo, então teremos, didaticamente falando, o Ser Humano estruturado da seguinte maneira:
Ao centro da mandala (em branco, na figura), temos a fonte de energia, que podemos chamar de Centro Incognoscível ou Centro Divino.
Caminhando em direção à periferia, temos a psique (em amarelo, na figura). Quando essa energia passa pela psique, ela também é conhecida como libido.
Finalmente esta energia chega à periferia da mandala, se manifestando no corpo físico ou biológico (em marrom, na figura), que é a manifestação tridimensional e mais concreta da Totalidade do Ser Humano.
Vamos imaginar uma situação, em que essa energia proveniente da fonte percorra o seu caminho até a se manifestar no corpo, mantendo sua pura qualidade, sem interferências ou perdas, então temos um indivíduo saudável, e evidentemente, como o corpo é uma expressão deste indivíduo, temos então um corpo saudável.
Para a humanidade atual, é comum que essa energia se enfraqueça em sua trajetória psicossomática (psique à soma), ao se encontrar com conteúdos na psique que suguem essa energia.
Isso acontece quando essa energia se depara com os complexos com tonalidade afetiva. Complexos são agrupamento ou constelações de representações, vivências e imagens que tem agregadas em si, emoções negativas.
Em outras palavras podemos dizer que os complexos com tonalidades afetivas, são relativos aos conteúdos psíquicos que se comportam como traumas, ou seja, conteúdos que geram desarmonia e sofrimento psíquico, ou ainda, que ainda não estão integrados à psique.
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Buracos Negros
Em termos de energia, podemos dizer que esses complexos com tonalidade afetiva se comportam como verdadeiros “buracos negros” sugando a energia psíquica proveniente da fonte, prejudicando e impedindo que essa energia chegue ao corpo em sua potência e pureza necessárias.
Essa interferência, dependendo da duração e da intensidade, pode gerar doenças mentais e psicossomáticas.
As chamadas doenças psicossomáticas são tipificadas ou caracterizadas por não possuírem “causas” identificáveis no corpo, assim, supõe-se que essas doenças são originárias na psique e que se manifestam no corpo.
Vale considerar que mesmo as doenças que sejam diagnosticas a partir de “causas” identificadas no próprio corpo, essas “causas” devem possuir seu aspecto psicossomático.
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Concluindo
Devemos alertar, porém, que nem todo desequilíbrio psíquico acaba por se manifestar no corpo ao ponto de ser facilmente percebido e diagnosticado, podendo assim, se manifestar em comportamentos inadequados, violentos ou ardilosos, por exemplo. Vamos lembrar para a nossa reflexão e entendimento, dos psicopatas ou sociopatas, que podem possuir uma inteligência invejável, um corpo admirável e um comportamento inadequado, para se dizer o mínimo.
Da mesma maneira, nem todo corpo físico claramente diagnosticado como deficiente ou doente, pode ser considerado como manifestação de um desequilíbrio psíquico. Talvez haja outras razões para se manifestarem assim.
Assim, cada caso é um caso, como se costuma dizer. Este conceito não deve ser utilizado como argumento para julgamento das pessoas, mas como uma orientação importante que pode nos ajudar e muito, quando estamos sinceramente interessados e motivados a ajudar pessoas, sejam elas alunos, pacientes ou alguém que conhecemos.
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