Educação Física Adaptada ou Adequada?

Se observarmos o desenvolvimento da humanidade, veremos que há um processo natural onde existe um movimento, em que a consciência coletiva vai aos poucos e continuamente, em direção à uma consciência cada vez mais individualizada.

Isso significa que prevalecia nos homens, no princípio, uma vivência muito mais coletiva do que individualizada, ou seja, o indivíduo possuía uma consciência mais difusa numa massa coletiva do que uma maior consciência sobre si-mesmo e de sua própria diferenciação em relação a cultura humana e da natureza.

Conforme o processo de desenvolvimento foi caminhando pelo tempo e pela história, o homem foi se diferenciando e se “destacando” da massa coletiva, conquistando cada vez mais uma nova condição de vida ou estágio de maturação espiritual, ou ainda, de desenvolvimento integral onde fica cada vez mais ciente de si-mesmo ao mesmo tempo que se sente integrado e diferenciado em relação à totalidade, ou seja, individualizado, ou como preferimos, individuado.

Assim temos um processo natural e histórico de desenvolvimento que sai de uma massa coletiva, onde todos vivem essencialmente num mesmo padrão, para uma sociedade individuada, onde a massa coletiva e difusa se desenvolve para uma coletividade composta por indivíduos agora mais consciente de si-mesmos e de sua diferenciação, ao mesmo tempo que se sentem pertencentes e interconectados com a Totalidade. Esta “tomada de consciência” gera responsabilidade pessoal, social e ecológica.

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Resumindo, no princípio a humanidade vivia com mais ênfase no padrão coletivo, mais reagindo instintivamente aos “ventos da vida” do que agindo usando discernimento e sabedoria.

Então é natural que o pensamento da humanidade venha se desenvolvendo de um padrão coletivo para um padrão que contemple além do coletivo, também o individual e o singular.

Quando falamos em “Educação Física Adaptada”, partimos do princípio que há uma Educação Física criada dentro de um padrão de pensamento coletivo e destinada a atender um determinado padrão, onde, para que ela possa ser concebida e atender uma demanda fora desse padrão ela precisa se adaptar.

Desta maneira nada mais coerente de chamarmos essa Educação Física de “Adaptada”, embora também podemos constatar que esse termo corresponde ao padrão de pensamento de um ciclo primordial do desenvolvimento humano.

Se mudarmos o prisma ou a nossa perspectiva para o ciclo atual, onde o pensamento da humanidade já conquistou degraus mais elevados, as diferenças individuais, e mais do que isso, as diferenças que caracterizam cada indivíduo para além de sua dimensão coletiva e pessoal, mas também para a dimensão singular – onde não há ninguém no universo igualzinho à outro, não mais se justifica falar em “Educação Física Adaptada”, mas em uma única Educação Física que se adequa aos indivíduos, sem perder de vista o coletivo. No mínimo, para avançarmos um pouco mais na terminologia, poderíamos falar em “Educação Física Adequada”!

Desta maneira mudamos a perspectiva de uma Educação Física que se adapta às pessoas, para uma nova perspectiva em que as pessoas são motivo para adequação da Educação Física.

Acredito que, desta maneira, além de abrirmos a visão da Educação Física, o próprio indivíduo que dela se serve, possa se sentir acolhido e respeitado em suas diferenças, sem o preconceito gerado por estar fora do padrão estabelecido outrora.

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lino

 Prof. Lino Azevedo Júnior